Secretaria Municipal do Clima de Niterói

Quantificação de biomassa e estimativa de estoque de carbono em uma Floresta Madura no Município de Viçosa, MG

por Universidade Federal de Viçosa

Resumo

O objetivo deste trabalho foi quantificar a biomassa de fuste sem casca e o carbono estocado em uma floresta madura localizada no Município de Viçosa (MG). A quantificação da biomassa foi feita pelo método não destrutivo, por meio do uso de uma densidade média da madeira das espécies de maior valor de importância. Foram contabilizadas 319 espécies arbóreas, pertencentes a 177 gêneros e 60 famílias. A quantificação da biomassa do fuste sem casca resultou em estimativas de 166,67 t.ha-1, o que correspondeu a 83,34 tC.ha-1. As estimativas obtidas para a floresta madura podem ser usadas como referência para o estabelecimento de projetos de florestamento/reflorestamento, no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, estabelecido no Protocolo de Quioto.

Problema a ser solucionado

Apesar da devastação acentuada, a Mata Atlântica abriga enorme riqueza biológica e alto grau de endemismo, características que contribuíram para torná-la um hotspot, que são áreas onde são encontradas grandes concentrações de espécies endêmicas e apresentam altas taxas de perda de habitat (MYERS et al., 2000). Por isso, ações de conservação e, principalmente, de recuperação que venham garantir a manutenção da biodiversidade da fauna e flora, da água, das condições climáticas e de outros serviços ambientais essenciais à manutenção e melhoria da qualidade de vida da população são necessárias na atualidade.

Entre os diversos serviços ambientais prestados pelas florestas, destacam-se o sequestro e estocagem do carbono, em função da intensificação do efeito-estufa e do consequente aquecimento global. Esses fenômenos ocorrem devido ao aumento da concentração dos gases de efeito-estufa, principalmente dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), provenientes de emissões antrópicas.

O crescente aumento da demanda de projetos de MDL, em virtude da ascensão do mercado de créditos de carbono, torna a quantificação do carbono estocado na biomassa florestal ferramenta importante, já que os dados gerados podem ser considerados fontes primárias de informação para a proposição de novos projetos no âmbito do MDL. Além disso, há o reconhecimento de que as florestas constituem o maior reservatório de carbono de todos os ecossistemas terrestres e funcionam, em muitos casos, como sumidouros de carbono, o que corrobora a sua inclusão em projetos de MDL (CAMPOS, 2001). No entanto, ainda existem poucos trabalhos que estimam de forma confiável o estoque de carbono nos diferentes compartimentos das florestas.

Esse fato é evidente quando se considera a Mata Atlântica. Apesar da sua importância biológica, poucos estudos foram feitos com base em medições diretas de biomassa, entre eles o de Tiepolo et al. (2002) e Burger (2005), os quais visaram ao desenvolvimento de modelos alométricos para a estimação de biomassa.

Descrição

A floresta estudada apresentou biomassa de fuste sem casca de 166,67 t.ha-1, evidenciando-se o potencial de produção primária da Mata Atlântica.

O estoque de carbono médio igual a 83,34 t.ha-1, evidenciando-se a importância da floresta Atlântica no sequestro e fixação de carbono e, consequentemente, contribuindo para a minimização do efeito estufa.

A estimativa do estoque de carbono pode ser usada como referência para o estabelecimento de projetos de florestamento/reflorestamento, no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), estabelecido no Protocolo de Quioto, e gerar os denominados créditos de carbono. Ressalta-se a relevância disso para a Mata Atlântica, em virtude do grande número de áreas degradadas que essa mata possui, as quais poderiam ser passíveis de estabelecimento dos projetos de carbono.

Universidade Federal de Viçosa

Responsáveis

Sabina Cerruto Ribeir; Laércio Antônio Gonçalves Jacovine; Carlos Pedro Boechat Soares, Sebastião Venâncio Martins; Agostinho Lopes de Souza e Aurea Maria Brandi Nardelli

Anexos