Secretaria Municipal do Clima de Niterói

A Educação em Mudanças Climáticas: uma abordagem interdisciplinar

por Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – UFRN

Resumo

Este artigo busca analisar como a interdisciplinaridade e a EMC ― com o foco na dimensão ambiental do desenvolvimento sustentável ―, podem facilitar a construção de processos de mitigação e adaptação para as mudanças climáticas. Essa análise se mostra importante para o contexto socioambiental, uma vez que discussões sobre os efeitos da educação na problemática das mudanças climáticas ainda são incipientes. As ideias aqui examinadas tanto podem trazer um aumento de consciência ambiental, como também gerar outros vieses de estudo do tema discutido no presente trabalho.

Problema a ser solucionado

A Educação em Mudanças Climáticas (EMC) ― Climate Change Education (CCE) — é uma nova proposta que possui suas bases nas educação citadas anteriormente, mas ainda não conta com um referencial próprio definido. A EMC possui diretrizes iniciais que apontam para a necessidade de se aperfeiçoar a alfabetização sustentável e climática da população, com a meta de atenuar o consumismo e, assim, não só mitigar as causas e efeitos das mudanças climáticas, mas também melhorar a adaptação a elas. De uma forma geral a EMC almeja conseguir melhorar a compreensão da dinâmica entre as atividades antrópicas e as mudanças climáticas, promovendo a conscientização sobre a relevância da execução dos processos de mitigação e da adaptação aos seus efeitos (LAESSфE et al., 2009; BANGAY; BLUN, 2008).

Descrição

A proposta de uma EMC deve procurar inserir na maior quantidade de disciplinas possíveis uma abordagem interdisciplinar, debatida numa transversalidade constante nas áreas cognitivas e afetivas. Deste modo, tal proposta deve procurar conscientizar as pessoas da necessidade de programar ações para minimizar as causas e efeitos das mudanças climáticas. Nessa proposta, a transversalidade desse conteúdo deve focar o desenvolvimento de competências e habilidades representadas de diversas formas: ágil adaptação a novas situações, desenvolvimento da capacidade de inovar e disponibilidade para a transformação e o equilíbrio das emoções. Portanto, este processo educacional exige um ensino/aprendizagem participativo, uma prática democrática com gestão da informação sobre a complexidade e interdisciplinaridade das mudanças climáticas, e um pensamento crítico sobre suas causas e efeitos (LIMA; LAYRARGUES, 2014). 

Nessa perspectiva, Anderson (2010) indica que o benefício da conscientização do cidadão e de sua contribuição na intensificação das mudanças climáticas pode despertá-lo para contribuir com soluções mitigadoras. Dentre algumas soluções de mitigação que estão alinhadas com as premissas de um desenvolvimento sustentável e sustentabilidade, a ECM pode ensinar: 

  1. a) a trabalhar a tecnologia para cidades limpas e humanas, no sentido da melhor qualidade de vida; 
  2. b) o desenvolvimento do pensamento crítico e de habilidades em resolver problemas gerados por mudanças rápidas com incertezas; 
  3. c) dominar as informações na análise e sintetização, planejamento, gestão de competências e habilidades ao longo da vida.
  • Experiências da educação para mudanças climáticas:

Recentemente no Nepal foi lançado um programa com o objetivo geral de fortalecer as capacidades dos decisores políticos, planejadores de modelos educacionais e instituições de formação de professores. A execução do programa se deu através dos centros comunitários de aprendizagem que integraram a EMC, a educação para a preparação de desastres, a educação não formal e a EDS no sistema de ensino. Em última análise, o programa visa aumentar a capacidade de adaptação e mitigação das populações vulneráveis às mudanças climáticas através da educação (UNESCO, 2014b). 

A China inclui os conhecimentos específicos das mudanças climáticas na educação básica, reforçando a formação de crianças e adolescentes (HAN, 2015). Na Europa a Dinamarca vem usando as estratégias da EDS para promover iniciativas específicas relativas à EMC. Outros países da Europa e a Austrália usaram também EDS para temas direcionados às mudanças climáticas (CHAMBERS, 2009).

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte - UFRN

Responsáveis

C. M. L. Fernandes Silva; F. A. Costa; G. L. Borba

Anexos