A proposta de uma EMC deve procurar inserir na maior quantidade de disciplinas possíveis uma abordagem interdisciplinar, debatida numa transversalidade constante nas áreas cognitivas e afetivas. Deste modo, tal proposta deve procurar conscientizar as pessoas da necessidade de programar ações para minimizar as causas e efeitos das mudanças climáticas. Nessa proposta, a transversalidade desse conteúdo deve focar o desenvolvimento de competências e habilidades representadas de diversas formas: ágil adaptação a novas situações, desenvolvimento da capacidade de inovar e disponibilidade para a transformação e o equilíbrio das emoções. Portanto, este processo educacional exige um ensino/aprendizagem participativo, uma prática democrática com gestão da informação sobre a complexidade e interdisciplinaridade das mudanças climáticas, e um pensamento crítico sobre suas causas e efeitos (LIMA; LAYRARGUES, 2014).
Nessa perspectiva, Anderson (2010) indica que o benefício da conscientização do cidadão e de sua contribuição na intensificação das mudanças climáticas pode despertá-lo para contribuir com soluções mitigadoras. Dentre algumas soluções de mitigação que estão alinhadas com as premissas de um desenvolvimento sustentável e sustentabilidade, a ECM pode ensinar:
Recentemente no Nepal foi lançado um programa com o objetivo geral de fortalecer as capacidades dos decisores políticos, planejadores de modelos educacionais e instituições de formação de professores. A execução do programa se deu através dos centros comunitários de aprendizagem que integraram a EMC, a educação para a preparação de desastres, a educação não formal e a EDS no sistema de ensino. Em última análise, o programa visa aumentar a capacidade de adaptação e mitigação das populações vulneráveis às mudanças climáticas através da educação (UNESCO, 2014b).
A China inclui os conhecimentos específicos das mudanças climáticas na educação básica, reforçando a formação de crianças e adolescentes (HAN, 2015). Na Europa a Dinamarca vem usando as estratégias da EDS para promover iniciativas específicas relativas à EMC. Outros países da Europa e a Austrália usaram também EDS para temas direcionados às mudanças climáticas (CHAMBERS, 2009).