O sistema climático está em transformação. Mesmo que os Estados assumam efetivamente o compromisso de preservar o meio ambiente e de implementar ações efetivas para reduzir e estabilizar a concentração dos gases de efeito estufa (GEE), as mudanças climáticas ainda serão uma realidade. É urgente a adoção de medidas de mitigação e adaptação com vistas a gerir, da melhor forma possível, os riscos e os impactos que esses processos provocam. 

São inúmeros e complexos os desafios para a garantia do direito à educação frente às mudanças climáticas e em situações de emergências climáticos o primeiro desafio é o reconhecimento dos impactos das mudanças e emergências climáticas na educação e a definição urgente de um plano setorial de mitigação e adaptação no âmbito das Ações de Mitigação Nacionalmente Apropriadas. 

As estratégias de mitigação e adaptação aos fenômenos climáticos no campo da educação devem considerar como desafios:

• Construir de forma participativa, com toda a comunidade escolar, todas as intervenções a serem realizadas em momentos de emergências climáticas;
  
• Prever processos de formação inicial e continuada de toda a comunidade escolar sobre educação climática e educação em situação de emergência, considerando todos as etapas, níveis e modalidades da educação, com o envolvimento dos profissionais de educação e dos pais e/ou responsáveis pelos estudantes;

• Definir fluxos de ação em momentos de emergências climáticas que viabilizem a segurança e a saúde dos trabalhadores e estudantes e que sejam objeto de treinamento de toda a comunidade escolar;

• Definir ações que promovam, entre crises climáticas, a organização e o fortalecimento de toda a comunidade escolar para ampliar as capacidades adaptativas e de atuação de todos durante as emergências climáticas;
• Definir os critérios e fluxos de atendimento das comunidades escolares para a garantia da segurança alimentar e nutricional em situações de emergências climáticas;
• Garantir a promoção e manutenção da saúde física e mental dos estudantes e de suas famílias e dos profissionais de educação;
• Criar e/ou ampliar fundos públicos de financiamento climático e para a educação em situações de emergência, notadamente em emergência climática, que considerem os aprofundamentos das desigualdades e vulnerabilidades em situações de emergências climáticas, a partir de uma perspectiva de raça, gênero, territorialidade, classe social, de forma a garantir a justiça climática intergeracional.