A Educação em Mudanças Climáticas: uma abordagem interdisciplinar

por C. M. L. FERNANDES SILVA; F. A. COSTA2 ; G. L. BORBA.

 

Resumo

A Educação em Mudanças Climáticas (EMC) ― Climate Change Education (CCE) — é uma nova proposta e, de uma forma geral, a almeja conseguir melhorar a compreensão da dinâmica entre as atividades antrópicas e as mudanças climáticas, promovendo a conscientização sobre a relevância da execução dos processos de mitigação e da adaptação aos seus efeitos. A EMC possui diretrizes iniciais que apontam para a necessidade de se aperfeiçoar a alfabetização sustentável e climática da população, com a meta de atenuar o consumismo e, assim, não só mitigar as causas e efeitos das mudanças climáticas, mas também melhorar a adaptação a elas. 

Problema a ser solucionado

Este artigo busca analisar como a interdisciplinaridade e a EMC ― com o foco na dimensão ambiental do desenvolvimento sustentável ―, podem facilitar a construção de processos de mitigação e adaptação para as mudanças climáticas. Essa análise se mostra importante para o contexto socioambiental, uma vez que discussões sobre os efeitos da educação na problemática das mudanças climáticas ainda são incipientes. As ideias aqui examinadas tanto podem trazer um aumento de consciência ambiental, como também gerar outros vieses de estudo do tema discutido no presente trabalho.

Descrição

As mudanças climáticas estão entre os principais temas da política mundial, uma vez que seus efeitos afetam a humanidade nos contextos social, ambiental, cultural e econômico. Os processos relacionados ao comportamento do clima são caracterizados por interdisciplinaridade, complexidade e incerteza. Diante disso, a sua compreensão requer conhecimento de diversas áreas, tais como: componentes climáticos, biofísicos, ambientais, geográficos, químicos, físicos entre outros. Além disso, as causas e efeitos das mudanças climáticas interligam o passado, o presente e o futuro da história da humanidade, interferindo na vida humana nos níveis pessoal e global.

O clima é um dos elementos do meio ambiente, e sua alteração em nível global pode ser causada de forma natural por diversos eventos, mas particularmente por vulcanismo, atividade solar e quedas de grandes meteoros. Entretanto, pesquisas vêm apontando há décadas que as atividades humanas nos dois séculos anteriores mudaram fortemente o meio ambiente e estão contribuindo para a aceleração das mudanças climáticas globais. Mesmo não sendo um consenso científico, estudos indicam que atividades antrópicas estão provocando alterações na composição da atmosfera e consequente aumento da temperatura média global, o que resultará em um aumento do número de eventos climáticos extremos, tais como furacões e enchentes mais intensas, secas mais prolongadas e escassez de recursos hídricos em diversas regiões do planeta.

A atividade antrópica, em seus elevados níveis, dita o ritmo do consumo dos recursos da natureza. Quando guiada pelas diretrizes do modelo desenvolvimentista, constrói uma sociedade com um olhar quase que unilateral para a dimensão econômica do desenvolvimento. Essa visão deficiente da sociedade propiciou, no século anterior, a instauração em seu seio de uma norma social depredadora do meio ambiente — o consumismo. O excesso de consumo de bens e serviços está vinculado à ausência de uma consciência ambiental, uma vez que o desenvolvimentismo incentiva o consumo do desnecessário, minando os recursos naturais da Terra e transformando-os, em parte, na emissão de Gases de Efeito Estufa. Tais emissões são hoje um dos principais fatores que contribuem para a aceleração das mudanças climáticas.

Responsáveis

C. M. L. FERNANDES SILVA; F. A. COSTA2 ; G. L. BORBA.

Anexos