O financiamento climático para uso da terra no Brasil apresentou um crescimento significativo entre 2015 e 2020, atingindo uma média anual de R$ 25,1 bilhões. Esse aumento, que representa um crescimento de 65%, está ligado principalmente à emissão de títulos temáticos e ao crédito rural, que sozinho canalizou R$ 16,6 bilhões em 2020. Além disso, novos instrumentos financeiros, como os Créditos de Descarbonização (CBIOs), têm contribuído para a promoção do financiamento climático no país.

A maior parte dos recursos utilizados para o financiamento climático é oriunda de fontes domésticas, com 95% do total, sendo que 63% deste valor provém do setor privado. As instituições financeiras, as corporações e os produtores rurais desempenham papéis cruciais na mobilização desses recursos. Embora a contribuição internacional seja menor, com R$ 1,3 bilhão anuais, ela é vital para iniciativas de conservação e uso sustentável do território, destacando-se o Fundo Amazônia como o principal canal de recursos internacionais.

Os canais de desembolso variam, com instituições financeiras sendo responsáveis por quase dois terços dos recursos mapeados. O crédito rural destaca-se como o principal instrumento financeiro, mas representa apenas 8% do total do crédito rural no país. Para melhorar a eficácia do financiamento climático, é necessário aumentar a transparência sobre os beneficiários e suas localizações, além de aprimorar o desenho das políticas para que possam apoiar mais efetivamente a transição para uma economia de baixo carbono.