por Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR)
As florestas tropicais, como a Amazônia brasileira, desempenham um papel crucial no armazenamento de carbono e no combate ao aquecimento global. Apesar das recentes quedas nas taxas de desmatamento, a Amazônia continua a ser a maior área de vegetação tropical remanescente do mundo, abrigando mais de 20% das espécies terrestres conhecidas. No entanto, o desmatamento e a degradação florestal ainda geram mais da metade das emissões de gases de efeito estufa (GEE) do Brasil, colocando em risco sua biodiversidade e a estabilidade climática regional.
A combinação do desmatamento com o aquecimento global poderá intensificar as emissões de GEE, especialmente por meio de queimadas. A região pode enfrentar secas mais severas e frequentes, reduzindo o volume de chuvas em até 30%. Essa nova realidade climática pode provocar a “savanização” da Amazônia, ou seja, uma transformação da floresta em um ecossistema mais seco e menos biodiverso, caso a exploração de recursos naturais e a expansão agrícola continuem sem controle.
A Amazônia brasileira enfrenta um grave problema de desmatamento, que contribui significativamente para as emissões de gases de efeito estufa e ameaça a biodiversidade e o equilíbrio climático global. Embora existam mecanismos de combate ao desmatamento, a governança frágil e a pressão por crescimento econômico dificultam a preservação da floresta. Embora ações de combate ao desmatamento tenham sido implementadas, a governança na região ainda é frágil. A relação entre desmatamento e crescimento econômico revela que maiores investimentos geralmente resultam em mais desmatamento. Para reverter essa situação, é fundamental que a governança seja fortalecida antes de novos investimentos em infraestrutura, junto a políticas de incentivos que promovam a preservação, como os mecanismos de REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação).
Supervisão
Antonio Carlos Filgueira Galvão – CGEE
Alberto Lourenço – SAE/PR
Autores IPAM
Paulo Moutinho
Osvaldo Stella
André Lima
Mariana Christovam
Ane Alencar
Isabel Castro
Daniel Nepstad
Equipe Técnica SAE/PR
Pedro Lucas da Cruz Pereira Araújo
Equipe Técnica CGEE
Carmem Silvia Corrêa Bueno