Relatório Especial do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas

por Jose A. Marengo e Fabio R. Scarano (Eds.)

Resumo

Projeções indicam que até 2030, a cobertura urbana global poderá aumentar em 1,2 milhão de quilômetros quadrados, com 50-60% desse crescimento ocorrendo nas três décadas anteriores. Além disso, a população urbana pode dobrar até 2050, colocando as cidades em uma posição estratégica para contribuir na redução das emissões de gases de efeito estufa e na adaptação às mudanças climáticas.

Para enfrentar esses desafios, são necessárias ações integradas entre setores da sociedade e um entendimento profundo dos fatores de vulnerabilidade. O Brasil, com seus mais de 5.500 municípios, enfrenta riscos variados, especialmente nas grandes cidades costeiras e continentais das regiões Nordeste, Sudeste e Sul. A combinação de fatores físicos, sociais e econômicos torna algumas áreas particularmente suscetíveis a desastres, evidenciando a urgência de estratégias eficazes de gestão e adaptação.

Problema a ser solucionado

As áreas costeiras são especialmente vulneráveis, com 40% da população mundial vivendo a menos de 60 km do mar. A urbanização descontrolada, como a proliferação de favelas e ocupações inadequadas, exacerba a exposição a riscos ambientais, incluindo erosão costeira, inundações e deslizamentos de terra. O aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como tempestades e secas, já é evidente em regiões como o sudeste brasileiro, onde as condições meteorológicas têm se tornado mais severas.

Descrição

Este artigo apresenta um estudo abrangente sobre as vulnerabilidades das cidades costeiras brasileiras diante das mudanças climáticas. Inicialmente, são definidos conceitos fundamentais e exploradas as vulnerabilidades a desastres naturais, incluindo a elevação do nível do mar e eventos meteorológicos extremos. A análise destaca os impactos potenciais nas áreas urbanas costeiras, com ênfase na infraestrutura crítica, como edificações, transportes e saneamento.

A obra também discute projeções de mudanças climáticas e seus efeitos esperados, além de propor alternativas de adaptação para mitigar esses impactos. As recomendações para políticas de adaptação são abordadas, visando fortalecer a resiliência das cidades. Por fim, o artigo apresenta estudos de caso de cidades como Fortaleza, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Santos e Vale do Itajaí, ilustrando as diferentes realidades e desafios enfrentados nas diversas regiões do Brasil.

Responsáveis

AUTORES:
Jose A. Marengo – Cemaden/MCTIC
Fabio R. Scarano – UFRJ e FBDS
Antonio F. Klein – UFSC
Celia R. G. Souza – IG/ SP
Sin C. Chou – CPTEC/ INPE

REVISORA:
Andrea Souza Santos – UFRJ

Anexos